UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE CEFALÉIA DO TIPO TENSIONAL NO BRASIL
Queiroz LP, Peres MFP, Piovesan EJ, Kowacs F, Ciciarelli MC, Souza JA, Zukerman E
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC; Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP; Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP
Sociedade Brasileira de Cefaléia
Objetivos:
Os objetivos deste estudo são estimar a prevalência no último ano de cefaléia do tipo tensional (CTT), bem como estimar a magnitude da associação de CTT com algumas características sócio-demográficas de uma amostra representativa de adultos da população brasileira.
Métodos:
Este é um estudo observacional, do tipo transversal, de base populacional. Foram entrevistados 3.848 indivíduos, aleatoriamente selecionados, de 18 a 79 anos de idade, nas 27 unidades da federação. A coleta dos dados, via telefone, através de um questionário estruturado, foi feita por leigos
previamente treinados. As taxas de prevalência foram ajustadas por sexo e idade. Estimativas de razão de prevalência foram calculadas com método de regressão de Poisson, ajustadas para sexo, idade, estado civil, escolaridade, tipo de trabalho, renda familiar, índice de massa corporal e realização de exercícios físicos regulares.
Resultados:
A prevalência no último ano de CTT foi de 13,0% (IC 95%: 11,8-14,2%), sendo 15,4% em homens e 9,5% em mulheres. A prevalência de provável CTT foi de 22,6% (IC 95%: 21,1-24,1%). A maioria (86,2%) tinha CTT episódica; 6,4% tinha CTT crônica. A prevalência foi maior (16,2%) na faixa etária de 18 a 29 anos. CTT foi 1,62X mais prevalente em homens e 1,54X mais em indivíduos com mais de 11 anos de escolaridade.
Conclusões:
Este é o primeiro estudo nacional, de base populacional, da epidemiologia da CTT no Brasil. A prevalência anual de CTT é de 13%. CTT é mais prevalente em homens e em sujeitos com alta escolaridade.